Você acorda. O corpo inteiro descansa. Nada se move. As pálpebras grudadas pesam, cismam em fechar. É o espetáculo da sua fraqueza nos instantes de preguiça irracional. Você não quer ninguém por perto: o despertar requer uma privacidade inabalável. Apenas as cobertas e os números digitais do despertador deveriam te encarar. 5:47. Uma solenidade se desenrola, mas o contexto parece negligenciar esse seu momento.
Um som tímido desperta sua atenção. O corpo permanece imóvel. Alguém está no quarto. O ambiente encolhe, tudo se torna subitamente úmido. Uma respiração ofegante. Você sente o cheiro de perigo. Abruptamente, abre a gaveta. O braço esticado tateia um objeto no fundo e a poeira toca seus dedos.
Besteira qualquer. Vento, vulto, estalos que ninguém explica.
Desconfiado?
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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